Crônicas, pensamentos e reflexões.

Arquivo para maio, 2024

Conversa com IA

Certo dia, pensando sobre as revoluções industriais e o papel da humanidade diante dos avanços tecnológicos, resolvi “bater um papo” com uma IA a respeito.

A cordialidade utilizada, ainda que seja desnecessária para uma IA, é, naturalmente, indispensável para mim. Segue a conversa:

Eu: Olá, tenho uma dúvida que tem ocupado meus pensamentos: Acredito que a inteligência artificial assuma papel semelhante ao das primeiras revoluções industriais que, na época, nos mostrou que a força humana pode ser substituída por máquinas, logo a inteligência pode ser substituída pela IA. Então, a questão é: ao Homem, quais valores são realmente importantes?

ChatGPT: Olá! A questão dos valores humanos é complexa e pessoal. Apesar do avanço da inteligência artificial, valores como empatia, ética, criatividade e a capacidade de tomada de decisão ética continuam sendo fundamentais para a humanidade. A adaptação a novas tecnologias também destaca a importância da aprendizagem contínua e da resiliência. Enquanto a IA pode desempenhar funções específicas, esses valores humanos fundamentais contribuem para a sociedade de maneira única.

Eu: Então talvez seja exatamente isso que importa ao Homem. Empatia, criatividade é ética, pois características que antes pareciam fundamentais, se provaram substituíveis ao longo da evolução.

ChatGPT: Sim, exatamente. Valores como empatia, criatividade e ética representam aspectos intrínsecos à experiência humana que transcendem a automação e a inteligência artificial. Enquanto tecnologias evoluem, essas qualidades continuam a ser pilares importantes para a sociedade, moldando a maneira como nos relacionamos, inovamos e tomamos decisões. A adaptação e desenvolvimento desses valores são essenciais para o futuro humano em um mundo cada vez mais tecnológico.

Eu: Tem razão. E isso só me parece perigoso àqueles que tem a própria inteligência ou força como qualidades principais.

ChatGPT: Certamente, aqueles cuja identidade ou valor próprio está fortemente ligado à inteligência ou força física podem enfrentar desafios ao lidar com mudanças impulsionadas pela tecnologia. A diversificação e o fortalecimento de outras habilidades, como as mencionadas anteriormente, podem ser valiosos para a adaptação nesse cenário em constante evolução. A resiliência diante da mudança e a valorização de uma gama mais ampla de habilidades humanas tornam-se cruciais para enfrentar os desafios do futuro.

Eu: Muito obrigado.

ChatGPT: Você está sempre à vontade! Se tiver mais dúvidas ou quiser discutir outros temas, estou aqui para ajudar.

“Ah, que simpatia.” – Pensei…

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Sobre lideranças e legitimidade

Um líder só é legítimo quando faz da própria vida exemplo do que ensina ou propõe que as pessoas façam. Seu tratamento é justo de acordo com seus ideais, não visa bajulação e não faz distinção, pois, o critério está no próprio valor; caso contrário, é retórica ou tagarelice. Basta lembrar do Satyagraha de Gandhi, comprometimento, tolerância e resiliência de Nelson Mandela, assim como tantos outros.

O fato é que, quando o líder é ilegítimo, os movimentos subjacentes desses tendem a ser igualmente ilegítimos, pois, o valor estará na manutenção do próprio grupo e não naquilo que propõe a defender. Por exemplo: Se o grupo “A” tem como proposta defender que pessoas não devam ser julgadas por usar chapéus; quando um membro do grupo “B” estiver sofrendo duras críticas enquanto estiver desfilando com seu belo Fedora, o grupo “A” deverá defendê-lo da mesma forma que o faria se esse fosse do próprio grupo, ou este será, automaticamente, ilegítimo, lutando pela própria manutenção acima dos valores que diz defender.

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Ah, o viés!

Depois de enfrentar duras críticas, Antônio Viés encontrou-se com seus amigos e, após contar-lhes o que lhe havia acontecido, por unanimidade, estes imediatamente compartilharam da mesma indignação. “Como isso é possível?” – Disse Márcio Contexto que continuou a argumentar: “Seus atos são totalmente justificáveis dentro das possibilidades disponíveis!” – completou com veemência. Jorge Relativista, porém, foi além: “Ora! De forma alguma você errou, afinal, sua causa é nobre!” – afirmou com segurança.

 Antônio Viés estava confortável agora, pois, ainda que seus atos, quando praticados por outros poderiam ser condenáveis, seu contexto e a crença na nobreza de seus fins o isentavam de qualquer culpa.   

Pedro Razão ouvia a conversa sozinho na mesa ao lado. Estava ficando tarde…

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