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O medo vinha como sombras, com suas formas distorcidas e sem nenhuma chance de saber o que havia entre a fogueira e a parede¹. O silêncio das vozes caladas quebrado pelos soluços dos condenados por aqueles que sempre têm razão. Oprimido e opressor compondo uma sinfonia de caos, angústia e virtude, mas que, de alguma forma, parecia calma para aqueles que se libertaram de suas amarras e, as margens, só viam o rio passar, calmamente.
Ah, virtude! Como é fácil te confundir com vaidade! Jaz nas almas daqueles a quem segrega, um fundo de respeito e admiração, mas, nas linhas da história da vida, todos saberão quem, de fato, foram: sombras na parede.
Os justos choram e suas lágrimas regam o solo de onde brotará a árvore que, de seus frutos, muitos se alimentarão, pois, da indignação dos justos, muitos se saciarão. E quanto a isso, soberba, não há o que possa fazer; só os verdadeiros nobres derramam lágrimas pelo que é justo, e só essas podem preparar o solo fértil, ao contrário de ti, que quando chora é por raiva ou inveja. Do seu solo só virá lama e decepção.
Seja forte, virtuoso! Pois o grito do coração de uma pessoa virtuosa ecoa no mundo e, sob toda injustiça, há de nascer a esperança.
Longe das amarras o rio continua. De lá é possível ouvir a sinfonia, assim como ver o maestro, a plateia e os músicos.
¹ Referência a Alegoria da Caverna de Platão.
Comentários em: "O rio" (2)
Um belo trabalho!👏👏👏
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Obrigado! 🙂
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